Última moda entre as celebridades, o microagulhamento ficou famoso quando Gisele Bündchen, Kim Kardashian e Luciana Gimenez postaram fotos com os rostos cobertos por pontinhos de sangue nas mídias sociais. Conhecido popularmente como dermaroller (marca mais famosa que fabrica o aparelho utilizado), o microagulhamento é uma técnica cujo objetivo é induzir a produção de colágeno. O procedimento é muito eficaz no tratamento de cicatrizes de acne e queimadura, estrias, rugas de expressão, hiperpigmentação, poros dilatados, entre outros benefícios à elasticidade e firmeza da pele. Trata-se de um método pouco invasivo, o que permite ao paciente voltar às suas atividades cotidianas rapidamente, sem perdas financeiras e/ou de qualidade de vida.
O equipamento utilizado é composto de um pequeno rolo de polietileno, cravado por centenas de diminutas agulhas de ácido inoxidável esterilizado, com 0.5 a 2.5mm de comprimento, alinhadas simetricamente, cuja finalidade é provocar micro-lesões na pele. O processo é feito sob anestesia tópica, o que o torna quase que indolor. A agressão deixada pelas agulhas estimula um processo inflamatório local. Em paralelo ocorre a ativação de fibroblastos que iniciam produção de colágeno e elastina novos. Ainda em decorrência dessa agressão mecânica, há o aumento da produção de substâncias vasodilatadoras, resultando no aumento do aporte sanguíneo local e, conseqüentemente, da oxigenação tecidual.
As microlesões deixadas pelo roller aumentam em mais de 10.000 vezes a absorção dos produtos aplicados sobre a pele após o procedimento, oferecendo uma rota minimamente invasiva e quase indolor de entrega de droga à derme. Esta tecnologia envolve a criação de canais na pele com dimensões diminutas, permitindo assim, oferecer uma ampla gama de moléculas terapêuticas que não cruzariam a pele intacta, o que possibilita o tratamento de patologias de difícil abordagem, como por exemplo, o melasma.
Do mesmo modo, se beneficiam do microagulhamento os pacientes com fototipo alto (peles morenas e negras) que precisam de tratamento que estimulem o colágeno. É sabido que esses pacientes correm mais riscos de hipercromia (manchas) quando submetidos a procedimentos invasivos. Esse benefício é possível, já que o princípio do microagulhamento é mecânico, oferecendo maior segurança.
As aplicações devem ser realizadas entre 21 e 28 dias, em função de este ser o tempo do ciclo de neocolagênese. Nos dias que seguem o procedimento, é preciso evitar o uso de cosméticos, exceto os orientados pelo dermatologista que o realizou. Deve-se, também, evitar a exposição solar nos cinco primeiros dias, além disso, o uso de fotoprotetor é indispensável. Os resultados são percebidos após dois a três meses. Espera-se melhora de 70% a 80% após duas a quatro sessões.
Assim como em qualquer procedimento, existem condições que devem ser observadas e cuidados a serem tomados antes de sua realização. Não se deve fazer o microagulhamento na presença de lesões cancerígenas, verrugas, hiperceratose solar, psoríase, infecção, herpes ou acne ativa, uso de anticoagulantes e distúrbios de coagulação.