O verão se aproxima e uma velha polêmica volta à tona: Manter os cuidados de fotoproteção com a pele, ou se expor ao sol, e gozar dos benefícios da vitamina D?
O tema é controverso e envolve, entre outros fatores, a orientação acerca da necessidade de exposição solar, medida frequentemente orientada pelos dermatologistas, para a prevenção do câncer de pele, fotoenvelhecimento e tratamento de discromias e outras fotodermatoses.
O único benefício reconhecidamente relacionado à Vitamina D é sua relação com a saúde óssea, através da participação no metabolismo do cálcio. Níveis adequados de vitamina D estão relacionados à prevenção do raquitismo e da osteoporose.
Segundo o Instituto Nacional de Medicina dos Estados Unidos da América (IOM), “a evidência de que a vitamina D ou o cálcio reduzem o risco ao desenvolvimento de doença crônica não–esquelética é inconsistente, inconclusiva e não atende aos critérios de relação causa-efeito. Evidências vindas de estudos randomizados são esparsas”.
A definição de Deficiência de Vitamina D é motivo de controvérsia na literatura: Valores acima de 30 ng / ml são considerados como satisfatórios. Níveis inferiores a 20 ng / ml podem ser consensualmente considerados como definição de Deficiência de Vitamina D. A controvérsia relaciona-se aos valores compreendidos entre 20 e 30 ng/ml, em que há uma situação intermediária, denominada de “Nível Insatisfatório”. A variação do ponto de corte pode produzir um aumento bastante expressivo no número de indivíduos classificados como deficientes, conforme são apresentados em algumas estatísticas mais alarmistas. Dados epidemiológicos mundiais mostram que somente cerca de 30% dos indivíduos apresentam índices de vitamina D menores que 20 ng/ml e, portanto, podem ser classificados como deficientes.
Os riscos de exposição ao sol começam ainda na infância, durante as horas no parquinho, no recreio da escola, as atividades físicas, entre outras situações. O descuido provoca pequenas queimaduras solares, cujos efeitos negativos se acumulam ao longo da vida. De acordo com a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), o câncer de pele é responsável por 25% dos casos de câncer no Brasil. Ainda conforme a entidade, entre 25% e 50% da exposição solar de uma pessoa durante a vida toda acontece antes dos 18 aos 21 anos de idade.
Considerando os benefícios da vitamina D e os riscos da exposição solar, segue abaixo a posição da Sociedade Brasileira de Dermatologia:
1 – A exposição ao sol, de forma intencional, não deve ser considerada fonte para a produção de vitamina D, nem para a prevenção de sua deficiência;
2 – As medidas de proteção solar, como uso de roupas e chapéus, óculos escuros e evitar o sol em horários entre 10 e 15h, continuam sendo a recomendação mais adequada para a prevenção do câncer e envelhecimento da pele.
3 – O uso de protetores solares deve ser recomendado para todos os indivíduos acima de seis meses de idade. Crianças abaixo de seis meses não devem se expor diretamente ao sol e não devem fazer uso regular de fotoprotetores.
4 – Pacientes com risco de desenvolver deficiência de vitamina D devem ser monitorados através de exames periódicos e podem utilizar alimentos ou suplementos vitamínicos para prevenção de deficiência de vitamina D.
Em suma, sabe-se que a vitamina D é muito importante na prevenção da osteoporose, mas prevenir o câncer de pele é essencial. Sendo assim, o ideal é tratar as deficiências com suplementação oral, evitando-se ao máximo a exposição do paciente ao risco do câncer.
1 comentário. Deixe novo
Adorei! Ótimo texto. Muito informativo! Vitamina D necessária pra saúde dos ossos, mas exposição solar em demasia além de nós envelhecer ainda pode nos causar câncer! Muita atenção à exposição solar!!