Quando o verão se aproxima, surge sempre uma preocupação, o Aedes aegypti. Velho conhecido dos brasileiros, o mosquito é temido por ser o transmissor da dengue, porém, nesse verão os temores estão ainda maiores, pois além da dengue ele passou a transmitir a febre chikungunya e a zika. O calor e o grande volume de chuvas previstos para os próximos meses tendem a agravar o problema.
A busca por diagnósticos correto é outro desafio, já que muitos sintomas das três doenças transmitidas pelos mosquitos são semelhantes, com pequenas variações. A febre, por exemplo, pode aparecer nas três enfermidades, embora costume ser mais elevada na dengue, mais baixa no caso da zika e de duração curta na chikungunya. Manchas na pele também são comuns às três infecções. Dores de cabeça podem aparecer nas três doenças, embora seja mais intensa na dengue. Dores no corpo são outro sintoma comum, porém são mais intensas na febre chikungunya.
Identificado pela primeira vez no país em abril, o zika vírus tem provocado intensa mobilização das autoridades de saúde no país. A doença costuma evoluir de forma benigna, contudo, o que mais preocupa é a associação do vírus com outras patologias. O Ministério da Saúde já confirmou a relação do zika com a microcefalia e investiga uma possível relação com a síndrome de Guillain-Barré.
O combate ao mosquito é a principal medida de controle da epidemia, portanto, evite o acúmulo de água em vasos de plantas, caixas d’água abertas, pneus, baldes e tanques. Coloque tampa em recipientes, areia nos vasos e pneus. Tampe sua caixa d’água.
A medidas citadas à cima são de conhecimento geral, mas é sempre válido relembrar. Todavia, o principal propósito da presente matéria é orientar sobre o uso de repelentes como controle da picada do A. aegypti.
A aplicação do repelente deve ser homogênea, e não deve ultrapassar três vezes ao dia. O repelente age formando uma “nuvem” de 4cm de espessura e de largura no local da aplicação, o que impede o contato e a picada do mosquito na pele. O mosquito pode até estar próximo de você, mas essa “nuvem” impede o contato direto e a picada. Por isso, a aplicação deve ser homogênea, em toda a pele, como se estivesse usando um filtro solar. Se o produto for aplicado na face, sua nuca não estará protegida. Se aplicar na coxa, sua perna não estará protegida.
Crianças até 6 meses de idade não podem usar repelentes.
O repelente não deve ser aplicado sob as roupas. Aplique o produto somente nas áreas que ficarão expostas. Se for usar hidratante ou filtro solar, espere secar e aplique o repelente 15 minutos após o uso desses produtos. O repelente sempre deve ser o último a ser aplicado.
Não aplique próximo das mucosas (olhos, nariz, boca). Lave as mãos após o uso. Não aplique nas mãos das crianças. Elas podem levar o produto à boca. Não durma com repelente. Tome um banho para remover o produto antes de dormir.
Lembre-se: o mosquito ataca mais nas primeiras horas da manhã e no final da tarde: mantenha janelas e portas fechadas nesse período. Utilize mosquiteiros e telas nas janelas e portas. As telas impedem a entrada do Aedes em sua casa. Em berços e camas, podem-se instalar mosquiteiros. É permitida a aplicação de repelentes em spray sobre o mosquiteiro para aumentar sua eficácia.