Se você tem acne, algum amigo ou familiar que tem ou teve, com certeza já ouviu falar na isotretinoína. O Roacutan®, nome comercial mais famoso da substância, é amado por alguns e temido por muitos. Mas por que tanta polêmica sobre esse medicamento?
Antes de aprofundar na polêmica é necessário entender a função e o uso da substância.
A isotretinoína é um derivado sintético da vitamina A (tretinoína). Ela é muito eficaz na cura da acne, pois trata a doença em sua origem: reduz a produção sebácea, a hiperqueratinização folicular, a colonização do ducto com Propionibacterium acnes e o processo inflamatório. O mecanismo de ação de Roacutan® ainda não está totalmente esclarecido, mas já se sabe que a melhora observada no quadro clínico da acne grave está associada com a supressão da atividade da glândula sebácea e com a redução no tamanho das mesmas.
Roacutan® é indicado para o tratamento de formas graves de acne (nódulo-cística e conglobata ou acne com risco de cicatrizes permanentes) e quadros de acne resistentes a tratamentos anteriores (antibióticos sistêmicos e medicamentos de uso tópico). Ele representa uma terapêutica segura e definitiva para a maioria dos casos de acne grave e/ou persistente ao tratamento tópico. Um estudo com 88 pacientes tratados com Roacutan® demostrou que 85% obteve melhora clínica após quatro meses de tratamento. Os pacientes foram acompanhados durante dez anos após o término do tratamento: 60% apresentaram remissão completa da doença e 23% necessitaram de um segundo curso de tratamento.
O tempo médio de início de ação farmacológica com resultado clínico é variável, mas estimado entre 8 e 16 semanas.
Então, se o produto é tão eficaz, por que tanta polêmica?